A Pastoral Juvenil Salesiana é a expressão primeira e típica da missão educativa salesiana, tendo por finalidade habitar a vida e a cultura dos adolescentes e jovens. Por habitar a vida e a cultura deles, entende a evangelização como a principal urgência da sua ação, ciente de que sua tarefa fundamental é propor a eles viverem a existência humana, como Jesus de Nazaré a viveu, viverem plenamente a própria humanidade, na expressão maior de sua dignidade de filhos e filhas de Deus e serem protagonistas e corresponsáveis na construção do reino de Deus no mundo (cf. Quadro Referencial SDB, 2014, p. 30-31).
É pastoral porque nasce da fé que se compromete no seguimento a Jesus de Nazaré, acontecendo de forma orgânica, sistêmica, progressiva, colegiada, duradora e avaliada, com metodologia e linguagem próprias. A palavra pastoral deriva de pastor. Pastor em Israel é aquele que mora/habita junto com as ovelhas, alimenta, cuida e protege, mas, ao mesmo tempo, deixa que caminhem, que procurem novos campos, lugares, e isso faz com que esteja sempre em movimento, sem lugar fixo, pois são as necessidades das ovelhas que fazem com que ele caminhe. Para desempenhar bem sua missão, precisa conhecer, amar, servir, libertar, educar, agir com gratuidade, ser próximo, dedicado, terno, firme, fazendo do pastorear a razão de sua existência, chegando a dar a vida se preciso for.
É juvenil porque no centro da sua ação está a pessoa dos adolescentes e jovens. Trata-se de encontrá-los lá onde estão, com suas dificuldades, seus sonhos, seus desencantos, descobrindo seus contextos culturais, sociais, religiosos, nos quais vivem (cf. Quadro Referencial SDB, 2014, p. 31). A categoria “jovens” pode ser entendida em dupla ótica: de um lado, como parte do todo da vida da pessoa, incompreensível fora da correlação com as idades que a precedem e a seguem, parte do desenvolvimento de crescimento para a idade adulta. Por outro lado, é necessário examinar o que é próprio dessa faixa etária para ser assumido necessariamente a fim de passar à idade sucessiva sem lacunas (cf. Quadro Referencial SDB, 2014, p. 31-32). É próprio dessa idade ser assumido como um momento de exercício de inserção social, com liberdade e dignidade, pois cada um vai se descobrindo e abrindo as possibilidades em todas as dimensões de sua vida: intelectual, emocional, social, físico, artístico e espiritual (cf. ECA, art. 3). Essa realidade de se descobrir ganha contornos próprios em contextos históricos, sociais e culturais distintos. As diferentes condições sociais (origem de classe, cor de pele), a diversidade cultural (identidades culturais e religiosas, os diferentes valores familiares, etc.), a diversidade de gênero (a heterossexualidade, a homossexualidade, a transexualidade) e até mesmo as diferenças territoriais se articulam para a constituição dos diferentes modos de vivenciar o ser jovem (cf. Dayrell e Carrano, 2014, p. 112). Para o carisma salesiano, juvenil é o estilo e a linguagem do nosso agir educativo-pastoral, é a perspectiva pela qual lemos o mundo, marcado pelo espírito juvenil, pelo otimismo, dinamismo, alegria, ousadia, irreverência, criatividade, pela vontade de fazer, de se envolver, de protagonizar.
É salesiana porque tem no carisma de Dom Bosco, segundo a inspiração da caridade educativa do Bom Pastor, a sua referência principal, expressão da pedagogia preventiva, amável, pronta ao diálogo e à confiança, o grau da própria verdade e eficácia, a medida do seu planejamento e da sua ação (cf. Quadro Referencial SDB, 2014, p. 31). Porque usa a criatividade, as experiências de voluntariado, os momentos de oração, retiro, celebrações, os grupos de interesse – dança, música, esporte, teatro – para proporcionar aos adolescentes e jovens um encontro consigo mesmos e com Jesus de Nazaré.